Comportamento normal e comportamento de risco
Lesão autoprovocada compreende autoagressão e tentativa de suicídio. Autoagressões são aqueles comportamentos em que a própria pessoa lhe causa algum tipo de dano físico de propósito (por exemplo, se cortar ou se queimar). As pessoas que se machucam, muitas vezes, têm dificuldades de lidar com suas próprias emoções, ou com vários outros tipos de dificuldades. Elas dizem se autoagredir para aliviar emoções negativas (medo, raiva, ansiedade, tristeza…), para se punirem por acharem que fizeram algo de errado, ou para se sentirem vivas quando se sentem “anestesiadas”, ou “vazias”.
Qualquer comportamento que envolva autoagressão não deve ser ignorado. No entanto, há alguns fatores que indicam quando esses comportamentos são mais graves:
- Comportamentos frequentes, acontecendo mais de uma vez por semana;
- Autoagressões através de cortes, golpes ou queimaduras e em partes sensíveis do corpo;
- Quando acontecem com objetos de fácil alcance;
- Quando há uma chance do comportamento causar uma lesão que seja letal;
- Quando a lesão autoprovocada tem a intenção de morte (tentativa de suicídio).
O que podemos fazer para ajudar alguém que está se
autoagredindo?
- Pergunte direta e abertamente, com naturalidade e cuidado sobre comportamentos autolesivos. Faça isso de maneira reservada e em um momento que você esteja disponível para escutar;
- Procure entender, empaticamente, como a pessoa se sente;
- Valide a experiência emocional da pessoa e suas dificuldades em encontrar outras alternativas para lidar com o que a fez se machucar;
- Pense junto com o jovem em outras alternativas ao comportamento de autoagressão. Por exemplo: escutar música, fazer alguma atividade física, tomar um banho gelado, lavar o rosto com água gelada, segurar pedras de gelo nas mãos, etc;
- Oriente-o para a importância de pedir ajuda e com quem ele pode contar para isso – a chamada rede de apoio;
- Discuta com o jovem a importância e como comunicar a família para que essa possa ajudar e prestar apoio ao jovem.
Que atitudes podem atrapalhar?
- Não julgue o jovem, nem o comportamento. Não reforce estigmas.
- Evite usar expressões como “isso está errado”, ou ameaças como “se você não parar, nós vamos ter que…”.
- Evite expressões como “você deveria…”, ou “ você tem que…”.
- Não proponha soluções para o comportamento antes de entender o problema que o jovem está vivendo, ou o que o leva a se autoagredir.